White Lotus, os segredos da série mais assistida da HBO

White Lotus, a minissérie mais assistida da HBO
Fonte: divulgação

Série mais assistida na HBO de todos os tempos, The White Lotus começa mostrando a viagem de milionários de VIPs em um barco rumo a uma ilha paradisíaca no Havaí. O que poderia dar errado? Bem, muita coisa.  A chegada do barco lembra muito uma invasão estilo colonizadores do século 16. A equipe de um resort luxuoso está esperando pela nova leva de visitantes à beira da praia e promete muito conforto e diversão na estadia dos hóspedes. Apesar do cenário impressionante, o espectador fica o tempo todo esperando que alguma coisa dê errado. E isso não demora pra acontecer.

O diretor da série, Mike White, é conhecido por gostar de causar desconforto nos espectadores. Em seis episódios, vemos pessoas brancas muito ricas e privilegiadas fazendo pressão sobre os funcionários do hotel ao mesmo tempo que reclamam de seus pequenos problemas. O contraste é enorme. Enquanto um ricaço faz um escarcéu por conta de problemas no seu quarto, uma das funcionárias dá luz a um bebê no meio do expediente. Tudo isso com ares pra lá de cômicos.

A psique dos ricos está no cerne desta produção. Na maior parte do tempo, por mais que tentem, eles não conseguem enxergar o tamanho do seu privilégio. O elenco ajuda muito na construção da imagem dos VIPs. Entre eles estão Shane, um milionário do setor imobiliário mimado pela mãe e  a esposa jornalista. Também estão Nicole, uma CEO de empresa de tecnologia e sua família, que apesar da riqueza tenta manter ideais progressistas. A série gasta muito tempo entrando na cabeça dos visitantes e mostrando a forma como se enxergam, além de intrincadas relações familiares.

Relações nada convencionais

A interface e as interações entre a bolha de ricaços e os humildes funcionários do resort são talvez o maior trunfo do programa, uma vez que o público é forçado a perceber o sacrifício dos trabalhadores pelo conforto dos VIPs. Nessa configuração, fácil tomar partido dos menos endinheirados. Isso fica mais evidente na representação de Armand, o gerente do resort que tenta manter tudo sob controle, mas também passa por desafios em sua vida pessoal. Está claro que ele não aguenta mais conviver com aquela clientela, e esse embate produz alguns dos momentos mais cômicos da série.

Com poucos episódios, a série deixa um gostinho de quero mais, em especial no que diz respeito à vida dos trabalhadores locais. Ficamos com vontade de ver mais o lado de personagens como Paula, que viaja convidada por uma amiga da faculdade, filha de uma das brancas ricaças retratadas. Paula é talvez a única personagem que navega entre os dois mundos – faz parte do grupo de hóspedes, mas ao mesmo tempo sabe que não pertence ao lugar. Em determinado momento, ela chega a engatar um romance com um dos funcionários do hotel, o que rende alguns dos melhores conflitos dessa premiada série. Vale muito a pena!

 

 

 

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